OBABÌNRIN




Não sei se sonhava ou de fato acontecerá

Mas lembro de despertar com uma luz branca

Preenchendo todos os cantos da casa

Silencio atravessou-me

Tapei os olhos

E de repente alguém chamou

Um canto vinha lá do quintal

A porta estava escancarada

As folhas da mangueira arfavam

Desci os degraus

Era ela

Sentada em uma cadeira 

de búzios encrostada

De baixo da juçareira

Com os pés afundados no lodo

No lodo do mangue

A anciã primeira.

Lá estava Nanã.

Não consegui me aproximar

O chão encharcado estava

A terra seca virou lama

E na lama formou-se um lago d´água

Indo ao batente da porta

Àgua benta que cura

Sacia e lava a alma.

Junto dela fiquei

Ela que até então não me revelará o seu rosto

Se aproximou

E eu sem pensar duas vezes pedi-lhe benção

“Benção é pra quem pede e não pra quem bota”

Me abençoou e mirando meus olhos sem proferir nenhuma palavra

As minhas aflições, a velha deusa das águas lavou.

 


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